Carla na Holanda
domingo, 7 de agosto de 2011
domingo, 31 de julho de 2011
Algumas impressões de viagem
domingo, 5 de junho de 2011
Dicas de Amsterdam
Previsão do tempo nunca foi fator limitante para viajar (pra quem pode e quer, é claro!), mas agora que o inverno na maior parte da Europa acabou e a primavera vem mostrando sua beleza (mas eu particularmente ainda continuo amando a neve, sim!), é bem mais agradável de se fazer turismo, principalmente pelas inúmeras opções outdoor disponíveis por aqui, como parques, caminhadas, concertos ao ar livre, etc.
Como tive oportunidade de ir algumas vezes a Amsterdam acredito que já posso tomar a liberdade de apontar alguns lugares must-do (imperdíveis) por lá:
- Bloenmarkt – linda feira de flores ao longo do canal Singel. Se quiser comprar souvenirs é nas lojinhas dessa rua que se encontra as coisas mais baratas (experiência própria!).
- Dam Square – praça em frente ao Madame Tussauds e ao Royal Palace (que está em reforma há tempos mas está aberto). Um pouco pra trás do palácio tem a Nieuwe Kerk (New Church), e do outro lado da avenida da church tem uma galeria de arte de um artista local, Mark Ravens, uma casa bem pequena de esquina com umas pinturas interessantes da cidade. Em frente ao palácio tem o National Monument (um obelisco no meio de uma praça) que as pessoas gostam de sentar e ficar observando as outras.
- Vondelpark – tem que ir. Tem que passar pelo menos uma horinha lá, seja na grama curtindo o sol do final da tarde fazendo um picnic, seja no café Vertigo, embaixo do Filmmuseum que fica dentro do parque.
- Openbaare bibliotheek – é a maior biblioteca pública da Europa, linda, recém-reformada, com 10 andares, separados por assuntos, tem poltronas super confortáveis em frente a janelões voltados pro centro da cidade pra ler um livro ou só observar lá fora. No último andar tem um café caríssimo (La Place, da rede V&D), mas pode ir no terraço do café sem pagar nada e ter uma vista panorâmica da cidade, com as casinhas tortas típicas e dá até pra ver o Amsterdam Arena, o estádio do Ajax (aiáx), à esquerda. Pra chegar lá tem que pegar à esquerda saindo da Centraal Station e caminhar uns 10 min, passando por uns tapumes no meio da rua (melhor é ir perguntando, pois como estão reformando as ruas fica difícil de achar o caminho, mas é pra lá mesmo).
A linha 5 do tram passa pelos principais pontos turísticos da cidade (tem mapa das linhas em todas os pontos). A linha 2 também é interessante e faz quase o mesmo caminho, mas na volta passa perto do Jordaan.
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Como tive oportunidade de ir algumas vezes a Amsterdam acredito que já posso tomar a liberdade de apontar alguns lugares must-do (imperdíveis) por lá:
- Albert Cuypmarkt (Seg-Sáb, 9h-17h) – tem de tudo, desde frutas e outras comidas até roupas, sapatos, coisas pra casa, pet shop, enfim, é uma delícia ver os Dutch em seu habitat! Se quiser ir ao Heineken Experience, é ali pertinho, na Stadhouderskade, mas sinceramente recomendo outra cervejaria, que está mais pro final da lista.
- Rembrandt plein – legal caminhar por ali de passagem, na ida do Albert Cuypmarkt para o mercado das flores. Tem uma pracinha em frente à estátua do Rembrandt pra dar uma descansada, tem vários cafés por ali, mas nunca fui, parecem bem caros... Ali perto tem o Tuschinskitheater, um cinema super antigo e lindo por dentro (fica na Reguliersbreestraat 26).
Bloenmarkt - o mercado das flores à beira do canal Singel |
- Spui – (se fala spãu) é um square com vários barzinhos/cafés super agradáveis que dá pra comer algo gostoso e não muito caro. Caminhando ao longo da linha do tram, na Nieuwvezijd vai passar pela frente do Amsterdam Historisch Museum (sempre ouvi falar que é um dos que vale mesmo a pena ir).
Royal Palace (Koninklijk Paleis ou Palácio Real) visto do National Monument |
- Dam Square – praça em frente ao Madame Tussauds e ao Royal Palace (que está em reforma há tempos mas está aberto). Um pouco pra trás do palácio tem a Nieuwe Kerk (New Church), e do outro lado da avenida da church tem uma galeria de arte de um artista local, Mark Ravens, uma casa bem pequena de esquina com umas pinturas interessantes da cidade. Em frente ao palácio tem o National Monument (um obelisco no meio de uma praça) que as pessoas gostam de sentar e ficar observando as outras.
- Red Light District – seguindo pela Warmoestraat e entrando na St. Janstraat se chega ao Oudezijdsachterburgwal, por onde passa um canal e é a avenida principal da Red Light. Porém, antes de se deleitar com as meninas bonitas, sugiro dar uma passada no Nieuwe Markt, um pouco mais adiante, pra tirar umas fotos e tomar um café por ali (tem várias opções também). Depois é só caminhar de volta pro canal, mas principalmente, andar no meio das estreitas ruazinhas transversais, pra ver as moçoilas sorrindo, se rebolando e falando ao telefone (sempre muito ocupadas...) usando as mais estranhas lingeries, umas sexy, outras nem tanto... enfim, tem que ir pra ver! Mas atenção: não pode tirar foto das moças! Somente do canais, ou das ruas, mas assim, bem discretamente... Ali na região tem muitas coffeshops (com uma variedade imensa de diferentes espécies de maconha), smartshops (com uma variedade imensa de diferentes espécies de cogumelos) e sexshops (com uma variedade imensa de diferentes espécies de, rrãm, bem, brinquedinhos...). Muitas!
- Jordaan – é um bairro bem tranqüilo, e uma das regiões mais caras da cidade pra morar. É legal ficar apreciando as casas, caminhando nas ruas entre os canais até chegar à Anne Frankhuis (na Prinsengracht). No caminho, bem na esquina da Keizersgracht com a Leliestraat tem o Cafe Brandon, um bom pitstop pra tomar uma Amstel from the tap pra recuperar o fôlego. Depois da casa da Anne Frank, entrando à esquerda tem a casa em que o Descartes morou em 1634 (na Westermarkt 6) em frente à Wester Kerk, que tem uma torre super alta e linda (que se vê lá do Cafe Brandon).
- Leidsestraat e Leidseplein – rua de compras (cuidado com a pegadinha dos souveniers! Aqui são muito mais caros que no Bloenmarkt) e região mais badalada da cidade pra sair de noite. Lá tem muuuitos restaurantes, com qualquer tipo de comida que quiser - desde cozinha asiática, grega, italiana até várias opções argentinas e brasileiras (essas com muita carne, lógico!). Também é nessa região que tem o Jazz Café Alto (Korte Leidsedwarsstraat 115) com jazz todas as noites a partir das 21h, e não paga nada pra entrar; nas terças tem salsa! É divertido ver os Dutch com todo o seu gingado!
- Museum Plein – aqui tem aquele símbolo famoso “I am sterdam” e alguns museus, como Van Gogh Museum e Rijksmuseum (leia-se réiksmuseum), que tem que ir se gosta e tem tempo, mas pro Van tem que chegar suuuper cedo pois apesar do preço (14 euros) sempre tem filas imensas pra entrar.
Museum Plein e o Rijksmuseum ao fundo |
Vondelpark numa tarde de sol qualquer |
- Browerij ’t IJ (leia-se braueréi-et éi)– recomendo muito, mais até do que a Heineken, pois é uma cervejaria local pequena, e pode conhecer a fábrica (tem que conferir os horários de visitação). Eles têm seis (ou mais) tipos de cerveja (pode pedir uma “sample round”, que custa 5 euros e vem um copo pequeno de cada cerveja. Pra chegar lá tem que pegar o tram 10 e descer no moinho (De Gooyer Windmill). Quando fui, tinha uma cerveja feita com coentro (coriander, em inglês), surpreendentemente deliciosa!
Fachada da Biblioteca Pública de Amsterdam |
Para transporte sugiro andar a pé, pois a maioria das atrações são próximas, de tram ou bike. Pro tram pode comprar um ticket para 24h (pede direto pro motorista do tram, custa 7 euros, o single ticket é 2,20 – tem que fazer o “check in” e “check out” nas maquininhas perto das portas, e vale pra ônibus também) ou alugar uma bike (melhor se informar na Centraal Station onde é que tem, geralmente custa uns 10 euros por 24h).
Trams (ou bondes) tomando conta das ruas em Amsterdam |
Se tiver tempo bom e quiser alugar uma bike, tem que ter muito cuidado, pois o trânsito é uma loucura! O bom é que tem ciclovias por toda a cidade e as bikes têm preferência em relação aos pedestres (portanto cuidado ao caminhar pela cidade!). Mas atenção: os trams têm preferência no trânsito em relação às bikes, e quando ouve aquela badalada seca: “blém” (sim, é uma só, pra apavorar mesmo) sai da frente pois lá vem ele e não pára!
Pra falar um pouco menos errado (pois correto mesmo só os Dutch conseguem!) os nomes dos lugares, uma dica é ler IJ como éi (pra eles i e j juntos são uma letra só) e outra é que duas vogais juntas tem o som de uma estendida, não é como no inglês que muda de o para u, ou e para i, por exemplo. Ah, e o mais importante: as letras CH e G têm som de rrrhh, com se estivesse se preparando pra "dar uma cuspida", portanto Keizergracht se lê káizer-rrr-ra-rrrt (claro que tem exceção, quando G é antecedido por N tem som "normal" de gã)..
Vista da parte sul de Amsterdam de cima do terraço da biblioteca |
domingo, 19 de dezembro de 2010
Continuação da Neve em Wageningen!
Bem, fazia algum tempo que não escrevia por aqui, é verdade, e por isso peço desculpa aos meus amigos que procuram deseperadamente alguma notícia minha aqui neste espaço e não encontram. Justificando, eu coloco que me toma bastante tempo em elaborar um texto que não seja cansativo, com conteúdo interessante e ao mesmo tempo acrescente informações úteis ao leitor (acabei de usar três expressões que dizem a mesma coisa, mas enfim...) então fico horas a remoer uma forma agradável de escrever e acabo por não fazê-lo.
Mas depois de falar sobre a neve - quem leu deve ter percebido o quanto me agrada este fenômeno meteorológico - me dei conta novamente de que é muito bom falar sobre algo que se gosta e sendo assim não é feito com nenhum sacrifício.
De qualquer modo, após essa justificada reintrodução ao blog, gostaria de colocar que as contagens do número de nevascas na cidade vão se tornar cada vez mais difíceis.
Resolvi começar a contar pois antes de o período de neve começar (que eu tão ansiosamente aguardava) uma amiga grega me falou que no ano passado foram 16 nevadas (assim, contadinhas). E fez por ela mesma a contagem para poder reclamar depois - já bem adaptada, portanto, ao costume holandês de reclamar do tempo. Então, mais do que prontamente eu cá com meus botões pensei: lógico, vou contar também! Com o adicional de que seria para satisfação pessoal e não a título de enumerar reclamações. Alguns dias depois veio a geada e em dois dias a tão esperada neve!
Cheia de empolgação (que quase não pertence a este corpo) comecei a excitante contagem! Urrul! Primeira! Ah, que lindo, a segunda! Olha, terceira! De novo, que legal! Enfim... e todas as vezes eu lembrava: preciso registrar no blog.... até que resolvi fazê-lo a sexta vez (antes que eu me perdesse na contagem). Aconteceu que no dia seguinte que escrevi nevou novamente (e dessa vez mais forte que a terceira, quando iniciei meus trabalhos na artilharia), tendo então que atualizar a contagem aqui.
Vista da minha janela! |
Na tarde de sexta (durante a sétima nevada) precisamos ir a outro prédio da Universidade usar um equipamento que não temos no nosso lab e logicamente fomos de bike (neve nunca foi impedimento de usar bicicleta por aqui). Acontece que a nevasca estava tão forte que mal conseguia abrir os olhos! Durante esses momentos em cima da bike (o trajeto leva uns 20min só de ida) com os olhos semi abertos, precisando ter cuidado dobrado no trânsito, além de não distinguir o que era ciclovia e o que era calçada ou meio da rua, cuidando para não escorregar e ainda sem conhecer o caminho (eu estava seguindo a "voz" da minha colega, pois quase não a enxergava) devo confessar que questionei meus sentimentos em relação à neve... Naqueles breves instantes repensei meus conceitos e lembrei o que várias pessoas me disseram: sim, tu vais amar a neve até chegar o dia em que tu vais perder um avião, vai atrasar o trem, vai interditar a estrada que tu precisa pegar, daí sim quero ver...
Porém logo esses pensamentos dissiparam e voltei a amar a neve! Lamentei não ter tirado fotos durante o deslocamento, mas logicamente tomaria muito do nosso tempo naquele momento. Já no sábado, é claro que saí que nem uma louca tirando fotos! É lindo de ver a lateral do tronco das árvores branquinha! Os galhos sustentando a neve branca- e por baixo o contraste marrom, lindo! E pra finalizar o (agora novamente prazeroso) dia de neve, o sol apareceu só pra dizer "até mais" e se pôr no horizonte - parecia um cartão postal! No sábado nevou também, menos que na sexta, mas o suficiente para manter a cidade "enevada"!
À noite quando voltei pra casa ainda tinha (bastante) disposição para tirar fotos aqui na frente da casa nova! Na foto pode-se (espero) enxergar o nome da rua: Bowlespark.
Enfim, nevou na sexta e nevou no sábado também, portanto atualizando a contagem são agora oito neves - e isso que o INVERNO propriamente dito ainda nem chegou!!!
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Neve em Wageningen!
Neve. A precipitação de gelo das nuvens quando o ar está muito frio tem a capacidade de melhorar o meu dia, é uma sensação incrível! Para mim, sentir a neve no rosto é como abrir a janela se manhã e ver o sol nascendo num sábado azul de primavera.
Bem, hoje nevou pela sexta vez em Wageningen. Sim, to contando as nevadas! O negócio é que eu não sabia como funciona o esquema da neve. Um dia esfria. Muito. Daí neva, uma só vez ou algumas vezes num dia. Assim que começa a nevar o frio diminui, e fica muito agradável, geralmente sem vento (melhor ainda!). Então fica uns dias sem nevar, mas ela continua ali, no chão, nos carros, nas bikes, em tudo, branquinho! Daí assim que esquenta ela começa a derreter, lógico. O bom é quando ainda ficam alguns dias quentes pra dar tempo de derreter toda a neve antes da próxima, pois se esfria de novo muito em seguida toda aquela água que veio da neve vai congelar do jeito que ela estiver - e geralmente não é tão bom pois fica muito escorregadio...
Bem, vou fazer um breve relato pessoal das neves que já aconteceram aqui em Wage:
1ª) dia 29/11, segunda, eu estava dentro do lab e de repente olhei pro lado e vi aqueles chumacinhos de algodão caindo do telhado – mas era neve de verdade! Nem acreditei, fiquei muito emocionada, foi minha primeira vez! Saí correndo pra avisar o Fabio e ele já estava admirando também, todo faceiro, da janela da sala dele! Até mandei e-mail pro pessoal do lab no Brasil pra compartilhar essa emoção! No final da tarde, quando finalmente saí pra rua pra ir pra casa, pisei na neve pela primeira vez, e fiquei caminhando por cima da neve, me rindo sozinha... de repente tirei a luva, olhei pros lados – não tinha ninguém por perto – e me abaixei até o chão pra tocar a neve... ai que delícia!
2ª) dia 02/12, quinta, quando saí pra almoçar estava nevando e senti os floquinhos caindo no rosto pela primeira vez... muito bom! Até tirei uma foto na frente do RIKILT!
3ª) dia 04/12, sábado, foi a melhor neve, nevou com vontade, sabe? Não era uma nevadinha qualquer, foi de deixar uma camada de uns 10cm na rua! Neste dia tive uma experiência muito típica daqui. Por coincidência fui na feira e encontrei o Sinterklaas com seu ajudante Swarte Piet perto da igreja! À tarde foi minha primeira experiência na artilharia - aprendi a fazer bolinha de neve e atirar longe e com força! Depois ficou meio friozinho e entrei, mas era lindo de ver, de dentro de casa, assistindo filme de tarde, olhando a janela ao fundo e a neve caindo... demais! Essa foi a nevasca responsável pelo dia seguinte, o domingo divertido em que fomos no Arboretum, um parque aqui na cidade, pra fazer boneco de neve e snow battle! A consistência estava excelente pra fazer as bolinhas!
4ª) dia 09/12, quinta, nevou bastante também, com muito vento. De manhã cedo eu estava me sentindo um pouco triste mas assim que senti a neve melhorei! Mais tarde ainda continuava, inclusive foi durante um dos inúmeros meetings aqui. Como a maioria das paredes do instituto é de vidro, dá pra ver a rua de dentro das salas, então enquanto o chefe fazia a apresentação dava pra ver atrás dele a nevasca...
5ª) dia 13/12, segunda, enquanto eu corria na rua (toda segunda antes da aula de boxing a gente corre meia hora pra aquecer ao redor da Universidade, não importa se chove, neva, faz frio, a não ser que esteja muito escorregadio) e estava realmente muito frio, mas assim que começou a nevar imediatamente o frio diminuiu e ficou muito agradável! Eu teria corrido meia hora a mais ou até escorregar e cair!
6ª) hoje, dia 16/12, quinta, no meio da tarde, estava no lab em momentos de tensão, quando de repente essa minha querida colega que tem me ajudado muito, fala com aquele jeito de quem já está por aqui de neve: and it’s snowing again... Imediatamente virei o rosto pra rua e vi os floquinhos caindo... ahh, novo gás pra continuar na lida! Mais tarde, durante o jantar de Natal do RIKILT (às 17h, pois é, cedo né) a neve ainda continuava. Depois da comilança fui pra rua sentir ela caindo no rosto, caminhando pela grama branquinha. Sensação muito boa!
sábado, 11 de setembro de 2010
Niew huis!
No laboratório, todas as vrijdagen (sextas) tem meeting às 8h45 com o pessoal do nosso cluster para saber o que cada um está fazendo, o que está acontecendo pelo mundo na área biotecnológica, enfim, pra atualizar todos. A primeira de que participei foi ontem e estava bem interessante, bem light, conversas sobre conferências, etc. Ao meio-dia fui almoçar em casa! Coisa boa, casa nova! De tarde já recebi meu novo acesso à intranet no lab (enfim!) e assim que pude fui pra casa, estava podrassa! Mas claro que antes fui dar aquela pedalada clássica no final do dia...
O zaterdag (sábado) amanheceu ensolarado, uma delicia! Aproveitei pra limpar bem o banheiro, estava um horror! Mas agora está tão cheiroso que se sente lá do corredor. Assim até me animei a registrar esse cafofinho tão aconchegante! Ao longo do post estão algumas fotos do room!
Ah, ainda não expliquei sobre os rooms do prédio. Até onde eu sei são quase todos iguais, e são chamados self-contained, pois possuem banheiro e cozinha próprios. Existem 10 rooms como estes em cada corredor, e a estes somente têm acesso os respectivos moradores. Do lado de fora ainda tem mais 3 apartamentos que possuem sala separada (um luxo!). Cada corredor tem também uma máquina de lavar e uma geladeira comunitários, além de banheiros e materiais de limpeza.
Esse prédio onde moro, o Bornsesteeg (ou Borns) só tem estudante internacional. De uns tempos pra cá parece que aconteceram alguns desentendimentos entre moradores holandeses e os de fora, ainda não sei direito a história. Mas então o Idealis, que é a instituição que intermedia a WUR com as moradias estudantis, estabeleceu que este estaria disponível somente para foreingers. Ok, então.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Mudanças
Passeando pelo sudoeste da cidade |
Woensdag (quarta-feira) foi minha última noite como hóspede da Edi... apesar de lamentar por não ficar mais em sua excelente companhia diária, estou muito feliz que finalmente vou conseguir desmontar o acampamento! Liguei pra Golda, a tenant guatemalenca do apê que vou morar, e ela dexou a chave com uma amiga dela, do Borns também (nossa, tem muita gente aqui). Ainda no final da tarde fui dar aquela volta clássica para conhecer mais um canto da cidade e me perder por aí. Dessa vez fui até a parte sudoeste da cidade, onde tem mais algumas moradias estudantis, como Haarweg que é o maior complexo do Idealis, com 3 buildings.
Donderdag (quinta) foi um dia muito especial: de manhã finalmente conheci meu supervisor Jeroen (com seus característicos longos cabelos e chinelos de solado de madeira, que não, não são aqueles típicos holandeses, mas fazem bastante barulho!) e à noite fiz a mudança!
Jeroen (se fala "írun") estava em uma conferência fora do país, por isso somente o conheci agora. Ele é uma pessoa extremamente acessível e solstícia (Van e Ferdi, me ajudem a não parecer disléxica! hehe! sim, na verdade ele é solícito), e acredito será muito bom trabalhar com ele. Ele já agilizou todas as burocracias para me oficializar no departamento (cluster de molecular biology) e à tarde discutimos o projeto. Ótimo! Claro, ainda falta acertar tudo com a Ana (minha orientadora na UFSC), que chega semana que vem...
Quando saí do lab já corri (com a fiets, lógico) para o C1000 (outro supermercado daqui, mais barato que o AH e mais perto) para comprar coisas de sobrevivência para casa (ph, pão, kaas e uma Amstel pra comemorar!) e vim direto para o apê novo! Ele é uma gracinha, mas estava imundo... então fiquei até altas horas limpando e faxinando pra poder trazer minhas coisas pra cá!
De vijf niewe woorden van vandaag zijn (as cinco novas palavras de hoje são): Halfvolle (semidesnatado, tipo leites e iogurtes); Kers (cereja); Smeerkaas (queijo cremoso, de espalhar); Kropsla (alface, mas já vi só sla também); e Jong kaas (queijo jovem), Jong belegen kaas (queijo envelhecido), Belegen kaas (queijo maturado).
Os três tipos de queijo coloquei com sendo um só item, pois só mudam os tempos de maturação (apesar de ainda não tê-los provado...). Quem me explicou foi uma gentil old lady que mal falava inglês, na frente da prateleira dos queijos!
É, tá difícil de encontrar aulas de holandês por aqui. Felizmente a grande maioria das pessoas fala inglês (algumas exceções para as pessoas de mais idade, como essa lady dos kazen (plural de kaas), mas que mesmo não falando claramente algum idioma compreensível para mim, se esforçam bastante para ajudar!). O grande impasse é que TUDO está escrito em holandês. Seja no mercado, nas ruas, nas placas, nos manuais de laboratório, nas lojas, tudo. Lá de vez em quando se vê um rótulo em francês (que pra mim também não adianta nada...), mas inglês mesmo, nada. Curioso isso, né? Eles falam, mas não escrevem in engles.
Mas por enquanto vou me virando! Não sei se realmente será possível fazer todos os dias o exercício das 5 novas palavras, mas estou tentando aprender e anotando elas sempre que possível!
Outra observação legal: sempre que chego em algum estabelecimento comercial, me comunico em inglês. E fica mais do que claro que não sou Dutch-speaker. Óbvio. Mas sempre que vou dar o dinheiro para pagar, emito um Alstublieft! E quando recebo o troco, Dank u wel! Nossa, tem que ver a felicidade deles! Isso foi mais uma dica do meu leraar, que comentou sobre a importância de mostrar aos nativos interesse pela língua. É tão bom!
terça-feira, 7 de setembro de 2010
O primeiro dia sozinha!
A dinsdag (terça-feira) amanheceu completamente nublada, aliás chovendo! E um ventinho bem agradável para andar de fiets... Feriado no Brasil, e aqui dia de trabalho! Mas tudo bem, coloquei uma capinha de chuva patrocinada pela TIM que trouxe do Brasil (sabe aqueles saquinhos de colocar comida? pois é, do mesmo material, "beeem" resistente, mas enfim, protege) e lá fui eu pro lab. Cheguei toda encharcada, apesar da capinha e apesar de ser bem perto, mas o bom é que logo seca a roupa dentro dos ambientes fechados. Mas o sapato impermeável é imprescindível!!!
Eu e mais um rapaz da Grécia, que chegou aqui ontem, fizemos um "tour orientado" com uma das pesquisadoras do RIKILT, a Ingrid, pelos laboratórios durante a manhã e ao meio dia saí para abrir a conta no banco. Perguntei como chegava lá e fui. Vai aqui, vira ali, linksaf (àix ixquerda, como diriam os manézin), rechsaf (àix direita), tem um atalho logo ali, beleza, olhei no mapa, beleza, bora lá.
De tudo tem o tipo biologische - a versão sem agrotóxico dos alimentos no AH |
Tudo certíssimo, fui lá sozinha, abri a conta (muito tranqüilo quando se tem todos os docs em mãos) e depois passei no Albert Heijn (abrev. AH, famoso supermercado neerlandês) pra aprimorar meu vocabulário [minha meta é aprender cinco palavras por dia! hoje foram: olijven (azeitonas), zalm (salmão, tem muitos tipos diferentes), garnaal (camarão, também tem vários), pistol (é como eles chamam o nosso pão francês, ou cacetinho pra gauchada) e biologische (acho que é algo como "orgânico", ou "sem agrotóxico", pois os vários produtos que tem esse nome possuem o rótulo verdinho)].
Na volta é que deu pobrema... tentei voltar exatamente pelo caminho de ida mas... quem disse que eu achava o tal atalho? Ai meu deussss... tá, ok, pára, pergunta, como assim? ninguém conhece o RIKILT? Oh gosh... ok, vai mais um pouco... e pedalei, pedalei, pedalei (ainda bem que a chuva tinha parado!) e só via campos e mais campos pela frente... daqui a pouco não haviam mais pessoas pra perguntar... só as ovelhas... afff!! Já fazia mais de 40 min que eu estava pedalando e nada! Bem... calma, respiração abdominal, vamo lá. Daqui a pouco simplesmente apareceu na minha frente um dos prédios que a Andréia me levou ontem, o Lumen! Ufaaa!! Ali perguntei como voltava! Finally!!!! Consegui chegar no RIKILT já era umas 15h! Alias, bem na hora do Coffeetijd (se diz "cofitáid" e sim, todo mundo pára tudo pra tomar café às 10h e às 15h. Sempre!).
Ao que parece, o pessoal daqui do instituto onde vou trabalhar recebe muitos estrangeiros e mesmo assim ainda não estão acostumados com a orientação a ser dada. Além disso, existe muita burocracia a ser cumprida, muita mesmo. Tanto na municipalidade quanto dentro da Universidade. E pra ajudar, parece que oficialmente não estavam sabendo da minha chegada por aqui... Quando se dão conta disso, logo falam: ah pro Fábio que chega em Outubro já vamos deixar isso providenciado, já vamos fazer isso e aquilo,... hehe, menos mal!
Pra entrar e sair do prédio é preciso se identificar na portaria toda a vez, ou possuir um cartão de identificação. Como o Jeroen não esta por aqui (e é com ele que vou trabalhar diretamente), ainda não tenho cadastro, mas agora já esta sendo providenciado. Para acessar a internet uma das queridas pesquisadoras daqui, a Bonnie, colocou a senha dela para eu poder acessar. O maior inconveniente dos acessos daqui é que a cada 15min o computador trava para o Workpace Break (pausa para fazer alongamento e evitar LER... ok...), e ainda não aprendi como desabilitar isso! Mas enfim... às 17h tudo acaba por aqui, todo mundo vai embora a não ser que tenha esteja no meio de experimento...
Primeiro mill que vejo ao vivo na Holanda! |
Depois do expediente fui dar umas voltas de bike pra me perder por aí mais um pouco. É uma cidade muito agradável se andar de fiets (deve ser assim em todo o país, mas por enquanto só conheço aqui mesmo). Fui pros lados do centro, onde me deparei com o primeiro moinho legítimo da minha vida! Além dele, tirei mais umas fotinhos das ruas da cidade. É uma graça!
Bem pessoal, se vocês ainda tiveram paciência de ler tudo isso, cheio de detalhes, agradeço demais a atenção! Mas por questões práticas (tanto para vocês quanto para mim) a partir de agora escreverei mais sucintamente, com os principais tópicos do dia ou da semana e as impressões que vão ficando ao longo da caminhada...
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
A chegada
Parking space lotado na estação de trem Ede-Wageningen |
A querida da Andréia saiu da festa de despedida dela em outra cidade para me buscar na estação de trem e fomos de bus até a moradia. A estação fica na divisa das cidades de Ede e Wageningen, pois são miuto pequenas e próximas, e não possuem demanda sufuciente que justifique estações exclusivas. Enquanto a aguardava, já me deparei com algo que será muito comum por aqui: os parking spaces lotados de bikes!
Déia e Edi, recepção maravilhosa! |
Somente quando ela chegou é que fiquei sabendo que a menina que vai sublocar o "apartamento" dela para mim só vai liberar na quinta! Ai meu deussss... e agora? Mas a Déia já havia resolvido isso! Me arrumou um pouso no apê da Edileia, outra brasileira muito querida que já me recepcionou com uma jantinha ótima! Ambos os apês, o "meu" e o da Edi, ficam no prédio chamado Bornsesteeg, uma das moradias estudantis da cidade, que tem 20 andares, 3 corredores por andar e 11 apartamentos por corredor! É gente...
Na segunda-feira a Andréia passou o dia inteiro comigo, nós duas de fiets (palavra muito importante, que significa bicicleta) me mostrando os lugares onde deveria ir para assinar contrato de aluguel, pra tirar foto para a documentação exigida, o prédio onde vou trabalhar, as pessoas, enfim, a maioria dos lugares importantes por aqui. Nossa, como é bom ter alguém para orientar a gente logo que se chega a um lugar novo – Fabio, pode fica tranqüilo que farei o mesmo com você! A cidade é pequena, mas no começo é bastante complicado de se achar... bem fácil de se perder...
Almoço no parque com a Déia! |
Jantar camaronês de despedida! |
No final do dia uma amiga camaronesa que mora aqui no Borns também preparou uma janta típica dos Camarões para nós! Depois ajudei a Déia a fechar a mala (meu deus, e QUE MEGAMALA! já serve de lição pra minha volta...) e ela foi pro Schiphol de carona com uns amigos. Depois ela contou que foi tudo certo de viagem, nem precisou pagar pelo excesso de bagagem! Ufa!
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